No Images? Click here CIDH Boletim #13Divulgação das atividades realizadas entre os meses de janeiro e março de 2019, no âmbito da Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização, da Universidade Aberta (CIDH-UAb).
DOUTORAMENTO EM ESTUDOS GLOBAIS
Aprovado pela A3ES pelo tempo máximo regulamentar.
Assente na relação entre investigação e ensino, o Doutoramento em Estudos Globais (DEG) tem por objeto o mundo em dinâmica de globalização. A natureza, intensidade e velocidade das interconexões entre os povos, as economias, as culturas e o ambiente suscitam oportunidades, mas também problemas e riscos à nossa coexistência, carecendo de novos instrumentos cognitivos e operativos. Assim, dinamiza-se uma área de estudos ainda emergente em Portugal e nos países falantes de língua portuguesa, tendo por referência os “global studies”, de acordo com recomendações de instâncias mundiais, nomeadamente da UNESCO. Articulando, numa perspetiva interdisciplinar, saberes das Ciências Sociais, das Humanidades, do Ambiente e da Educação, o DEG promove uma formação avançada que prepare quadros para lidar com os grandes temas, problemas e vias alternativas associados ao processo de globalização, criando conhecimento crítico e capacidade de intervenção no âmbito da construção de uma sociedade global sustentável eco-socio-culturalmente. O objetivo de um Curso cujo foco é os Estudos Globais é o de dotar os estudantes de capacidades para a compreensão e a resolução de problemas de uma perspetiva internacional e global. Este grande objetivo assenta num programa multifacetado e não hegemónico, aplicado a contextos globais nos quais as sociedades são perspetivadas como subsistemas do mundo global interdependente, tendo em vista a justiça social. Com essa motivação, serão capazes de assumir a direção e a gestão de projetos de investigação, ensino e desenvolvimento em cenários de uso, exploração e experimentação do digital às organizações, demonstrando a capacidade de produção de conhecimentos teóricos e práticos nas áreas científicas deste programa de doutoramento, gerando e multiplicando investigações científicas, adequadas à sociedade e ao meio académico nacional e internacional. Um doutor em Estudos Globais deverá ser capaz, adicionalmente, de liderar projetos de experimentação/investigação de conceção/investigação-ação neste domínio, levando a cabo processos de mudança que considerem fortemente a utilização das plataformas e redes, considerando os domínios de intervenção nas organizações, em geral, mas também na sociedade, junto de grupos e dos indivíduos, em especial. Os estudantes deverão ser capazes de ter um pensamento complexo que, em vez de sobrepor, articula os saberes e reaproxima a teoria e a prática numa abordagem transdisciplinar. O Curso que aqui se apresenta adota uma abordagem que se pretende equilibrada no que diz respeito às áreas científicas que o compõem, comparável apenas parcelarmente com outros 2-3 cursos de doutoramento oferecidos no espaço Europeu. Por outro lado, ao funcionar em modo de Ensino a Distância online, este doutoramento adota um caráter pioneiro, acessível a doutorandos inseridos no mercado de trabalho e com necessidade de formação para a resolução de problemas globais. Está prevista a colaboração em rede com vários especialistas externos em áreas relacionadas, de universidades nacionais e internacionais, no âmbito do Fórum em Estudos Globais, cujo contributo enriquecerá o Curso com saberes e experiências de outros contextos locais e nacionais, assim como facilitará a divulgação internacional do Curso. O Curso prevê, ainda, a estreita colaboração com a Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (CIDH) e o Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI) e os diversos polos de investigação sediados na Universidade Aberta. Os 14 Centros Locais de Aprendizagem (CLA) da Universidade Aberta espalhados por todo o país e o CLA de Moçambique proporcionam equipamentos adicionais (salas de exposição/intervenção, auditórios, acesso à Internet, etc.) a disponibilizar para atividades do Curso. Através da criação deste Curso, pretende-se contribuir para abrir horizontes a novos saberes e competências transdisciplinares, assumindo totalmente o risco próprio do subjacente processo de inovação. Ao concluir o DEG, o estudante deve ser capaz de: - Analisar o fenómeno da globalização, em aspetos relacionados com a realidade política e social, a comunicação intercultural, a educação para a globalização, o ambiente, a diversidade social, económica e multilingue das sociedades. - Refletir criticamente sobre questões globais, numa perspetiva interdisciplinar e multidisciplinar, destacando o papel das sociedades e das pessoas no processo. - Identificar necessidades de investigação, participando em equipas de pesquisa em E.G. e divulgando a investigação realizada junto de pares e da comunidade em geral. - Implementar metodologias de investigação e ações adequadas à resolução de problemas em E.G.. - Gerir e influenciar processos de mudança resultantes da aplicação do conhecimento em E.G. - Inovar para a melhoria das condições de vida na relação sustentável entre cultura, economia, sociedade e ambiente, numa perspetiva global. Para mais informações: (+351) 914750376 | doutoramentoestudosglobais@gmail.com
Congresso Internacional A Morte: Leituras da Humana Condição
O que é a morte? Como nos devemos comportar perante a morte? O que queremos dizer quando dizemos de um ser humano que é mortal? Que valor tem a morte para a vida? Como é que se aprende a morrer? Como é que se lida com a nossa própria mortalidade? Como se lida com a morte dos outros? É a morte o fim? Ou o início? Entre os dias 21 e 23 de fevereiro, estas e muitas outras questões estiveram no centro do debate do I Congresso Internacional A Morte: Leituras da Humana Condição, realizado no Centro Cultural Vila Flor, na cidade de Guimarães. Sofia Reimão procurou definir a morte e o momento em que acontece; Ricardo Araújo Pereira mostrou que o humor não se intimida perante a morte; Luciano Manicardi convocou a espiritualidade a ajudar a perspetivar a morte na sociedade contemporânea; Jorge Bacelar Gouveia apresentou as relações entre a morte e a lei; António Laginha demonstrou como no palco se dança a morte; Noa Carballa Rivas traçou o mapa da morte num mundo digital; Victoria Cava cantou a morte flamenca; Paulo Silva meditou sobre a morte e sobre a vida; Nuno Gil contou à plateia o processo de apresentar aos seus pacientes um último diagnóstico; Victor Kajibanga deu a ver como veem a morte os povos Bantu de Angola. Decorreram mesas redondas sobre noticiar a morte, sobre a morte nos textos sagrados, sobre a liturgia da morte, sobre o cuidar no fim da vida, sobre a morte mediatizada. Para além destes, mais de uma centena de investigadores, de todas as áreas de conhecimento, das Letras às Artes, passando pelas Ciências, a Saúde, o Direito, a Economia, a Teologia, a Arquitetura, a Política ou a Segurança Pública, apresentaram as suas perspetivas sobre a morte e sobre como a morte nos ajuda a organizar a vida. O I Congresso Internacional A Morte: Leituras da Humana Condição foi uma iniciativa do IEAC-GO e teve o apoio da Câmara Municipal de Guimarães, da Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares, Atlânticos e a Globalização da Universidade Aberta, do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, do Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes e de mais três dezenas de instituições nacionais, de natureza científica, cultural, civil ou académica.
Congresso Internacional Lugares Pioneiros. A Construção das Cidades Globais. Cultura, Religião, Ciência, Inovação e Empatia
Realizou-se nos dias 29, 30 e 31 de março, no Fórum Machico e no Teatro Baltasar Dias no Funchal, o Congresso Internacional Lugares Pioneiros. A Construção das Cidades Globais: Cultura, Religião, Ciência, Inovação e Empatia, que contou com a participação de reputados oradores, entre os quais o filósofo e sociólogo francês Gilles Lipovetski. Na génese da organização deste encontro científico esteve o desejo de se comemorar determinados marcos históricos considerados fundamentais para a compreensão da importância da Madeira como eixo territorial estratégico da globalização por via portuguesa, a saber:
- 600 anos da Expansão Marítima Portuguesa e do achamento oficial da ilha da Madeira A partir da descoberta oficial do Arquipélago da Madeira, com a chegada das caravelas portuguesas ao Porto Santo em 1418, iniciou-se um movimento de desbravamento dos caminhos dos mares ignotos liderado pelo Infante Dom Henrique, beneficiando do desenvolvimento da ciência e tecnologia avançadas de navegação. Este movimento descobrimentista – que sucede ao movimento de expansão medieval de natureza cruzadística que teve Ceuta em 1415 como emblemático ponto de chegada – inaugura a história da expansão marítima portuguesa e espanhola que culminará nas datas mais simbólicas da Descoberta da América em 1492, da chegada à Índia por mar, cruzando dois oceanos em 1498, do achamento do Brasil, em 1500, e da viagem de circum-navegação liderada pelo português Fernão Magalhães, cujos 500 anos também se assinalarão no final desta década do século XXI. Estas ousadas viagens por “mares nunca dantes navegados”, no dizer de Luís de Camões, permitiram aos europeus achar terras, culturas, civilizações, religiões e povos diversos, descobrindo novos continentes e ampliando conhecimentos sobre os já parcialmente conhecidos. Inaugurou-se assim a primeira globalização com o acentuar de uma dinâmica, que não mais parou, operada através de trocas comerciais, de interfecundações culturais e linguísticas à escala planetária.
- 450 anos da fundação do Colégio dos Jesuítas do Funchal e da primeira globalização pedagógica Neste domínio, também se celebra, neste ciclo de comemorações, os 450 anos da primeira globalização pedagógica, em que o Funchal constitui um rampa de lançamento importante com a chegado dos Padres da Companhia de Jesus em 1569 e com a subsequente edificação do Colégio dos Jesuítas do Funchal, iniciado no ano de 1570, em simultâneo com a fundação de colégio idêntico em Angra nos Açores no mesmo ano. À luz de um mesmo ideário e metodologia pedagógica, os padres da Companhia criaram a primeira rede de colégios e universidades a nível intercontinental. A construção do Colégio do Funchal é um marco simbólico relevante desta primeira globalização pedagógica, que é também científica, religiosa e cultural. Os Jesuítas contribuíram, pois, para a chamada primeira globalização, designadamente como missionários, mestres de colégios e investigadores nas vastas redes constituídas pelos impérios português e espanhol. Formaram elites locais em todos os continentes, sendo o conhecimento do seu papel histórico importante para o estudo da glocalização, ou seja, da articulação entre o global e a nova mundividência planetária com a valorização do local, isto é, das sociedade e das identidades culturais nos diferentes pontos do planeta Terra. Destacaram-se, pois, como construtores de uma nova relação entre povos e culturas tão diferentes e até então desconhecidas umas das outras. Os missionários jesuítas, em geral muito bem preparados, ajudaram a constituir, com os seus escritos, a primeira base de dados global sobre diversas geografias, plantas, animais, etnias e modos de vida do nosso planeta. A Madeira afirma-se, assim, como uma verdadeira rampa de lançamento deste processo de globalização, oferecendo a Portugal um centro de operações no meio do Atlântico para a projeção das suas viagens intercontinentais. Este arquipélago transforma-se não só num centro de intersecção dos trânsitos comerciais, humanos e culturais intercontinentais, mas também numa espécie de laboratório para o Novo Mundo que se abria aos olhos dos europeus. Na Madeira experimentaram-se novas culturas, novos modelos de organização social, novos modelos educativos e se iniciaram criações e fenómenos socioculturais e lúdicos pioneiros... Machico e Funchal foram duas das primeiras povoações que se construíram no quadro deste processo e, por isso, são lugares simbólico deste tempo genesíaco das futuras sociedades globais, cujos caminhos começavam então a abrir-se. CILB – CONGRESSO INTERNACIONAL LUSO-BRASILEIRO 19 a 24 de novembro, Escola Secundária Eça de Queirós/Escola Secundária António Damásio em Lisboa Em tempo de globalização e de crise identitária, de “cultura líquida” (Zygmunt Bauman), com as identidades culturais progressivamente subsumidas nas trans/supranacionais, qual o lugar e a função da Lusofonia, gerada na convivência dos encontros das gentes, na miscigenação dos seus imaginários, nos (des)afetos da existência, inscrita numa diversificada patrimonialidade (i)material, promotora de fraternidades ritmadas pelos acasos da História? Que realidade(s) a constitui(em), como se exprime e inscreve num mundo globalizado, onde os blocos linguísticos, económicos, políticos e económicos parecem subvertidos por uma nexologia mais difusa que os atravessa (interesses, alianças, projetos, marcas, etc.), que mitos(s) a informam, que utopia(s) a movem, que estratégias a definem, que comunhões nela se (re)desenham, como (con)vive com o mundo virtual? É no âmbito destas e de outras interrogações que este CILB – Congresso Internacional Luso-Brasileiro se desenvolveu, elegendo como tema Lusofonia: realidade(s), mito(s) e utopia(s), promovido já em ampla parceria interinstitucional. Foram instituições promotoras desta iniciativa o CCEQ/Telheiras – Centro Cultural Eça de Queiroz, o CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (FLUL), a CIDH – Cátedra Infante D. Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (UAb – FCT – CLEPUL), o OLP – Observatório da Língua Portuguesa Universidade Europeia, o CICS.NOVA – Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (FCSH-UNL) e o MIL: Movimento Internacional Lusófono.
CONFERÊNCIAS E OUTRAS ATIVIDADES Conferências do Teatro: Madeira de A a Z
No âmbito do ciclo de Conferências do Teatro: Madeira de A a Z, realizaram-se no Salão Nobre do Teatro Municipal Baltazar Dias, em Funchal, as seguintes sessões: - 10 de janeiro (18h00), Naidea Nunes, com a conferência Religiões Orientais, e Frank Zino, com a conferência Aves Marinhas Pelágicas. - 28 de fevereiro (18h00), Manuel Biscoito, com a conferência Gunther Maul, Contributos para a Ciência na Madeira, e Luísa Paolinelli e Carlos Barradas, com a conferência Romance Histórico. - 17 de março (18h00), Teresa Dias, com a conferência Artes Performativas: que espaço na Madeira, e Cristina Trindade, com a conferência Carnaval.
Exposição Itinerante Padre Manuel Antunes, sj: Um Pedagogo da Democracia (1918-1985) No quadro das comemorações do Centenário de Nascimento do Padre Manuel Antunes, sj (1918-2018), encontra-se em circulação pelo país a Exposição Padre Manuel Antunes, sj: Um Pedagogo da Democracia. Esta exposição, comissariada por Luís Machado de Abreu e José Eduardo Franco, em 12 painéis, acompanha o percurso de Vida e a Obra deste professor universitário da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e padre jesuíta, figura discreta, mas fundamental enquanto pedagogo e atento observador da realidade política, social, cultural em que viveu, na transição entre a ditadura e a democracia. Esta exposição, comissariada por Luís Machado de Abreu e José Eduardo Franco, em 12 painéis, acompanha o percurso de Vida e a Obra deste professor universitário da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e padre jesuíta, figura discreta, mas fundamental enquanto pedagogo e atento observador da realidade política, social, cultural em que viveu, na transição entre a ditadura e a democracia. Depois de ter já estado patente em diversos locais (entre eles a Fundação Calouste Gulbenkian, a Assembleia da República, e a Universidade Aberta), a exposição encontra-se atualmente em exibição na Biblioteca da Universidade da Beira Interior (entrada livre), estando previstas outras datas para itinerância nos próximos meses, em diversos pontos do país. A coleção Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, em 30 volumes (72 obras), publicada pelo Círculo de Leitores, dá a conhecer ao grande público as fontes que a investigação mais recente permite apresentar como as obras primeiras, fundadoras da cultura de um país com quase um milénio de história.
Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa A coleção Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, em 30 volumes (72 obras), publicada pelo Círculo de Leitores, dá a conhecer ao grande público as fontes que a investigação mais recente permite apresentar como as obras primeiras, fundadoras da cultura de um país com quase um milénio de história. Vieram já a lume vinte e dois volumes, a saber:
Para assinalar a publicação dos volumes 2 (Primeiros textos de pré-história, história e heráldica), 9 (Primeiras obras de marinharia e guerra marítima) e 15 (Primeiro livro de botânica), foram organizadas as seguintes sessões de lançamento: - no dia 19 de fevereiro, pelas 18h00, no Rómulo – Centro Ciência Viva, da Universidade de Coimbra (Departamento de Física da Faculdade de Ciência e Tecnologia), realizou-se o lançamento do volume 15, dedicado ao primeiro tratado de Botânica: o Colóquio dos Simples, de Garcia de Orta. A apresentação esteve a cargo de Alexandre Quintanilha. Estiveram presentes o Presidente da FCT, Paulo Ferrão, e os coordenadores do volume, Carlos Fiolhais e Jorge Paiva. - no dia 27 de fevereiro, pelas 19h00, no Clube Militar Naval, realizou-se o lançamento do volume 9, dedicado as primeiras obras de marinharia e guerra marítima. A apresentação esteve a cargo de Francisco Contente Domingues e de Jorge Semedo de Matos. Estiveram presentes o coordenador do volume, António Costa Canas, e os diretores da coleção, José Eduardo Franco e Carlos Fiolhais. - no dia 26 de março, pelas 18h00, na Sala de Atos da Universidade Aberta, realizou-se o lançamento do volume 2, dedicado ao primeiros textos de pré-história. A apresentação esteve a cargo de Nuno Bicho e de Carlos Fabião. Estiveram presentes o coordenador do volume, João Luís Cardoso, e os diretores da coleção, José Eduardo Franco e Carlos Fiolhais. Para adquirir exemplares ou obter mais informações sobre as Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, pode entrar em contacto por via telefónica, através do 217 626 100, ou por correio eletrónico (correio@circuloleitores.pt).
CHAMADAS PARA... Artigos e recensões A e-Letras com Vida — Revista de Humanidades e Artes é uma revista disponibilizada em acesso aberto, do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL), que publica artigos originais sobre Literatura, especialmente encarada na sua inscrição cultural e em diálogo com a História, a Filosofia, as Artes e as Ciências, e recensões críticas de obras inscritas nas mesmas áreas. A e-Letras com Vida convida à submissão de textos inéditos e de recensões críticas, para serem publicados, por ordem de receção e de aprovação, nos próximos números. Os artigos poderão ser redigidos em português, espanhol, inglês ou francês e estão sujeitos a avaliação por especialistas, através do processo de double blind peer review. A e-Letras com Vida apenas aceita artigos de autores com o grau académico de doutor ou, em caso de coautoria, desde que um dos autores detenha o doutoramento. Os interessados em submeter artigos deverão efetuar os seguintes passos: 1) Registar-se em: 2) Depois de criar o seu registo deverão autenticar-se no portal da revista em O registo no sistema e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo editorial em curso. 3) Depois de aceder ao portal da revista deverão clicar no botão SUBMISSÕES e de seguida em NOVA SUBMISSÃO. 4) De seguida, deverão preencher os campos do formulário: a. escolher a secção da revista em que pretende submeter o artigo; anotar, caso considere relevante, alguns comentários ao editor; b. Transferir o manuscrito; c. Incluir os metadados (título e subtítulo; resumo; autor e palavras chave); d. Por fim concluir a submissão. 5) Após a submissão do artigo, o autor poderá acompanhar no portal as diversas etapas em que se encontra o seu manuscrito
Comunicações e pósteres Congresso Internacional A Bíblia na Cultural Ocidental: Milénios de Civilização (Gouveia, 10, 11 e 12 de setembro de 2020) À Câmara Municipal de Gouveia, associaram-se a Cátedra Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (CIDH – Universidade Aberta / CLEPUL), a Difusora Bíblica, o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização (IEAC-GO), a Sociedade Bíblica de Portugal e a Universidade Lusófona – Área de Ciência das Religiões para a organização do Congresso Internacional A Bíblia na Cultura Ocidental: Milénios de Civilização. Considerando a Bíblia como um património comum, um espaço de diálogo singular entre judeus e cristãos, entre cristãos católicos, ortodoxos, anglicanos e protestantes, esta iniciativa tem por objetivo apresentar e discutir uma compilação de análises críticas sobre a sua relevância como um «bem» cultural e a pertinência dos «lugares» que ocupa na construção e representação da cultura ocidental, em geral, e portuguesa, em particular. Da imagética bíblica na construção das identidades às formas de expressão artística de cada génio nativo, serão identificados paradigmas determinantes na (re)construção das identidades nacionais. Inserem-se ainda nos desideratos desta atividade, entre outros, compreender a relevância e o contributo do exercício de tradução das Sagradas Escrituras como um corpus religioso e literário cujos múltiplos procedimentos ora bebem, ora influem nas tradições culturais de cada povo. Encontra-se aberto o período de apresentação de propostas para a participação nas sessões científicas do Congresso com comunicação académica ou apresentação de póster, mediante inscrição do site: ou através do e-mail : congresso.bibliacultura@gmail.com
IN MEMORIAM Como expressão do profundo pesar pelo falecimento de dois dos mais reputados colaboradores da CIDH, João David Pinto Correia e Alberto Vieira, divulgamos dois textos de homenagem publicados em Clepul em Revista. No adeus a um Amigo (Texto de Ernesto Rodrigues, publicado em Clepul em Revista, n.º 38 – setembro de 2018) «João David Pinto-Correia (Funchal, 1939) não recuperou de um AVC que sofreu três semanas antes, e faleceu a 19 de Agosto, em Lisboa. Integrante dos órgãos sociais do PEN Clube Português nas últimas direcções, ao qual oferecia a logística, na recepção de obras candidatas a prémios e para reuniões da Direcção, do Centro de Tradições Populares Portuguesas Professor Manuel Viegas Guerreiro, que dirigia, João David, nome bastante para amigos, era um vulcão de iniciativas em lava serena e conciliação sorridente. Conhecem-no gerações de estudantes no ensino privado, caso do ISLA, e, sobretudo, no público. Neste, ousou lançar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se aposentou como professor associado, um olhar sobre as paraliteraturas, ainda ditas contraliteraturas e literaturas marginais nos anos 70, fosse o romance policial ou A Literatura Juvenil em Portugal, título de 1973. Após recomposições curriculares, assentou na literatura portuguesa medieval e tornou-se uma referência internacional em literatura oral e tradicional, em que se doutorou, abordando Os Romances Carolíngios da Tradição Portuguesa (1987; em livro, 1993-1994). Assinou outros títulos nesta especialidade, em que se via regularmente convocado para orientar, co-orientar e arguir dissertações de mestrado e teses de doutoramento. A par, vinha o interesse por Manuel Bernardes, cuja Luz e Calor estudou (1978), merecendo recensão na Colóquio-Letras de uma professora tutelar, Maria de Lourdes Belchior, e veio, sobretudo, na sua paixão pela viagem, a figura de Fernão Mendes Pinto, de cuja Peregrinação deu síntese-chave (1979). O grande público acompanhou-o na televisão, mas também em papel (aqui, dirigindo-se igualmente à Comunicação Social), ao lado de Edite Estrela, a corrigir-nos a língua, já divergindo daquela no tocante ao AO90. Incompleto ficaria este retrato se não soubéssemos que o professor foi também fazedor de universidades. Devem-lhe muito, na sua constituição, as Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e, mais ainda, a do Algarve e da Madeira, tendo nesta presidido à última comissão instaladora. Discreto secretário da Revista Lusitana, em nova série dirigida por Lindley Cintra, dela seria último director, propondo, com a absorção do Centro de Tradições Populares pelo CLEPUL, a sua digitalização, enquanto se criava uma plataforma digital de Literatura Oral e Tradicional. Fica assegurada, assim, a herança de José Leite de Vasconcelos e Manuel Viegas Guerreiro, num espaço físico que guarda a memória e recolhas de centenas de alunos, ou informantes, ao lado de Michel Giacometti e novos investigadores. O poeta de Este Branco Silêncio (1991), reincidente em 2001 com um livrinho de cordel, e antologiado em Itália via poetas madeirenses, requer aproximação atenta. O Amigo, esse, deve fazer parte do nosso quotidiano.»
ALBERTO VIEIRA (Texto de Luísa Paolinelli e de Cristina Trindade, publicado em Clepul em Revista, n.º 44 – março de 2019) «Na noite de 25 de fevereiro, recebemos a triste notícia da morte do prof. Doutor Alberto Vieira, Coordenador do Centro de Estudos de História do Atlântico, fundado em 1985 e há 11 anos por ele dirigido. Uma notícia que deixa o CLEPUL mais pobre, mas que, considerando o valor dos seus estudos realizados sobre a história insular e atlântica, para a Madeira significa uma perda ainda maior. Com saudade, recordaremos a colaboração estreita que mantiveram os investigadores do CLEPUL com este estudioso, sempre disponível para atender às nossas solicitações, dialogar e partilhar do seu saber com humildade e generosidade. Nascido em S. Vicente, no norte de Ilha, em 1956, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1980, tendo vindo a concluir o doutoramento em História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa na Universidade dos Açores, em 1991. A partir da instalação definitiva do CEHA, Alberto Vieira surge como colaborador da direção da instituição, presidida na altura pelo Prof. Doutor Luís de Albuquerque, e na qual tinham também assento o prof. Doutor Joel Serrão e o Dr. José Pereira da Costa. Em 2008, a presidência do Centro passou a ser assegurada por Alberto Vieira. Reformulações da orgânica governamental fizeram com que a partir de 2013 se tornasse Diretor de Serviços do CEHA, na dependência da Direção Regional de Cultura. Desta longa permanência à frente de uma instituição destinada à investigação das relações transatlânticas nas suas múltiplas vertentes resultaram contactos nacionais e internacionais variados e uma vasta produção que se debruçou sobretudo sobre a nesologia, a economia, a história da escravatura, a ecologia, a religião, as migrações e o multiculturalismo, e, em tempos mais recentes, a história da transmissão oral e autobiográfica. A quantidade e qualidade dos trabalhos desenvolvidos merecem-lhe a pertença a várias academias da especialidade e o estatuto de consultor científico em publicações periódicas especializadas. Membro da Academia Portuguesa de História, era, igualmente, investigador convidado do CLEPUL e membro da Cátedra Infante Dom Henrique. Foi distinguido com a comenda da Ordem do Infante Dom Henrique em 9 de junho de 2004. Coordenador da História Económica do Aprender Madeira, junta a uma vastíssima obra publicada mais de cem entradas do Grande Dicionário Enciclopédico da Madeira. Incansável, sempre respondeu afirmativamente aos sucessivos pedidos de redação de novos temas que a direção lhe propunha, suprindo lacunas resultantes de desistências de outros colaboradores. atualmente, dirigia os projetos «MEMÓRIAS das Gentes que fazem a História», «NONA ILHA – as Mobilidades Madeirenses» e «AUTONOMIA. Memória e Testemunho». A sua presença fez-se igualmente sentir nas Comemorações dos 600 Anos da Madeira e Porto Santo, nomeadamente com a publicação de obras, entre as quais se contam O (Re)Descobrimento do Porto Santo e da Madeira – Em Torno da História, de alguns conceitos e imprecisões e Para (Um)a História do Porto Santo, a cujo lançamento oficial lamentavelmente não pode agora assistir. Podemos, no entanto, continuar a usufruir do seu saber nos programas da RTP-Madeira dedicados aos 600 Anos, recentemente objeto de louvor por parte da Assembleia Legislativa Regional, e aos quais se pode ter acesso através da RTP-Play. Em conversa connosco, há cerca de 15 dias, Alberto Vieira manifestou as suas inquietações sobre o destino do Centro de Estudos de História do Atlântico, cujo futuro o preocupava. Tendo sido um pioneiro da informatização e disponibilização online da informação, mantinha o espírito inquieto do investigador e procurava parcerias para desenvolver novos projetos, inclusive com o CLEPUL. Esperemos que as suas angustias encontrem resposta nas novas gerações e que o futuro saiba honrar o seu legado.» |