Coragem debaixo d’água!
De Ash Barker, Urban Neighbours of Hope (UNOH, em inglês)
Originalmente, o ‘S’ é da favela Klong Toey, onde moramos, e faz parte da igreja Ta Rua. Agora, ele mora no nordeste de Banguecoque, mas o carro, a motocicleta e as ferramentas de trabalho dele, junto com tudo que possuía, foram submergidos, na casa dele, nas enchentes de novembro. Com alguns dos vizinhos de Klong Toey, fomos a este bairro para ajudar a dar medicamentos, alimentos e água, cruzando com dificuldade as águas com pequenos botes até aquelas áreas de difícil acesso. Foi um tempo especial, de maneira alguma porque os homens do nosso bairro, os quais são menos prezados com frequência, eram os que estavam ajudando desta vez. Tivemos que dar-lhes camisetas azuis todas especiais para que as vítimas da enchente não pensassem que eles fossem um bando de saqueadores!
”Olha, obrigado! De onde vocês são?”, veio um grito de uma casa de dois andares depois de receberem alimentos tão necessários.
”Klong Toey!’’, respondeu Gung.
”Klong Toey? Verdade?”
”É. Continue persistindo! Não desista!”
Muitos poucos destes homens sabem nadar; dois crocodilos haviam acabado de serem pegos ali, vindos de uma fazenda de crocodilos (com mais de 200 ainda soltos!) e a água malcheirosa, marrom, que com frequência dava pé até o pescoço, estava pútrida.
Coragem não faz jus ao descrever como responderam estes homens.
Se pobreza não significa apenas a falta de dinheiro, mas a falta de liberdade de escolher uma vida como Deus intenta, logo há uma sensação de que os nossos homens começaram a quebrar o ciclo da pobreza nas suas próprias vidas ao ir (até debaixo d’água!) para ajudar aos outros. Muitos de nós ficamos doentes por causa da água da enchente e não desejamos enchentes a ninguém, mas pode haver oportunidades para se encontrar vida, liberdade e confiança em crises, à medida que respondemos como Cristo responderia.
Por favor, continuem orando pela Tailândia enquanto as enchentes baixam. Em novembro, mais de 500 pessoas morreram com milhões afetadas. Levará tempo para a Tailândia se recuperar. Estamos gratos pelo nosso bairro ter sido poupado, mas ainda tem muito chão para voltarmos ao normal.
Perguntas para reflexão:
1. Onde os senhores viram a pobreza como falta de liberdade para viverem a vida como Deus intenta? Como isto difere da mera falta de dinheiro?
2. Uma das características da “cultura da pobreza” (Oscar Lewis) é que os homens podem se sentir socialmente castrados e agirem de forma a procurar “provar a masculinidade deles”. Onde os senhores viram homens aprisionados, agindo desta forma? Onde os senhores experimentaram a liberdade intentada por Deus em homens maduros? O que pode ajudar ou atrapalhar a liberdade intentada por Deus na masculinidade?
3. Como que ajudar aos outros foi de benefício para os senhores e àqueles a sua volta?
4. Por que este ditado é verdadeiro ou falso? “A pena chora e vai embora, mas a compaixão vem para ajudar e ficar.” (Aart Beals)
5. O que é uma coisa que os senhores podem fazer para ajudar os outros em nome de Jesus?
Senhor, oramos para que possamos enxergar além das aparências e compreender o que está no coração da resposta das pessoas. Ajude-nos a ter coragem, sair e ajudar uns aos outros.
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