Olá,

O início de fevereiro coincidiu com a chegada de uma grave preocupação para a saúde pública brasileira: os números da dengue estão assustadores este ano e ainda não estamos nos piores meses da doença. A eminência de uma epidemia é tão evidente que o governo federal acaba de criar um gabinete de emergência. E por isso, também, o professor Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, titular de Infectologia e Diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp, escreveu com exclusividade para o The Conversation Brasil um artigo sobre as causas desse agravamento, o que autoridades e população podem fazer para combater o mosquito transmissor e quais sãos as perspectivas da vacina que está prestes a chegar, mas ainda em número insuficiente. Artigo imperdível sobre um tema muito preocupante.

Mais otimista é o assunto do artigo vindo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde o professor Ricardo Rüther, doutor em engenharia elétrica e eletrônica, escreve sobre os imensos potenciais que o Brasil já possui para produzir hidrogênio verde e colocar um pé à frente na disputa pela liderança mundial no processo de transição energética tão fundamental para combater o aquecimento global e garantir um futuro sustentável para todos. Na mesma linha, o doutor em Química da UFMG Fábio Godoy Delolo mostra como a evolução de insumos químicos para a produção industrial também pode contribuir para esse esforço.

E no Rio, os geógrafos Vicente Leal E. Fernandez e Thomaz de La Rocque Amadeo, ambos da PUC, reconstituem a história de simbolismos e sobrevivência das grandiosas figueiras da Mata Atlântica, uma da maiores árvores da América do Sul. Boa leitura!

Daniel Stycer

Editor-chefe

O mosquito transmissor Aedes Aegypti com o corpo cheio de sangue humano: a existência de condições propícias à dengue foi agravada pelo desmonte da inteligência de controle de doenças e vetores nos estados e municípios entre 2019 e 2022. James Gathany/Centers for Disease Control and Prevention via AP

Dengue 2024: hora de aprender com os erros recentes e treinar profissionais para evitar mortes

Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Só em janeiro, 15 pessoas morreram no Brasil por complicações da doença, há 149 óbitos em investigação e ainda estamos longe do pico da epidemia, que ocorre entre março e maio. Vacinação começa em fevereiro.

Importantes há milhares de anos em diferentes civilizações, no Brasil as figueiras também foram preservadas por seu valor simbólico e religioso. Foto de Cassio Vasconcellos

Figueiras centenárias da Mata Atlântica: sobreviventes de séculos de destruição, elas contam a sua história

Vicente Leal E. Fernandez, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Thomaz de La Rocque Amadeo, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

No mundo todo, elas são protegidas há milênios por sua importância para diferentes religiões. E no Brasil, as características do seu caule também contribuíram para que fossem poupadas do ciclo de exploração de carvão vegetal.

Depois do Sol e do vento, hidrogênio verde é nova oportunidade para o Brasil liderar processo de transição energética

Ricardo Rüther, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Potencial de geração elétrica solar e eólica, abundância de água e desenvolvimento tecnológico podem reduzir custo de produção à metade do preço atual do hidrogênio cinza

Solventes verdes e catalisadores sustentáveis: a ciência em busca de soluções para a indústria química

Fábio Godoy Delolo, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

A produção industrial responde por um terço das emissões de gases de efeito estufa no mundo. Processos químicos mais sustentáveis podem ser a solução para o problema

A surpreendente razão pela qual os insetos são atraídos pela luz à noite: eles perdem a noção do céu

Samuel Fabian, Imperial College London; Jamie Theobald, Florida International University; Yash Sondhi, University of Florida

Um novo estudo mostra como a luz artificial à noite embaralha os padrões normais de voo dos insetos, tirando-os do curso e colocando-os em órbita ao redor da luz.

Canibalismo: a complexa relação da humanidade com a carne humana ao longo da história

David Lagunas, Universidad de Sevilla

O canibalismo é um fenômeno mais complexo do que se pensa. O sucesso do filme “A Sociedade da Neve” recoloca o assunto em debate: comer outro ser humano é uma prática restrita a situações extremas e a rituais de culturas consideradas exóticas, ou vai mais além?

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