Olá,

O mundo está em chamas. E neste contexto global sem precedentes o Brasil parece ser, ao mesmo tempo, vítima e algoz.

Vítima porque assiste, impotente, aos incêndios que consomem alguns de seus mais valiosos patrimônios naturais, à baixa umidade que já bate níveis saarianos e à redução da qualidade do ar que pode afetar a saúde de milhões de pessoas. Algoz porque parece insistir em práticas que contribuem para esse cenário devastador, como as queimadas. Mas em lugares como o Pantanal as queimadas são importantes técnicas de manejo que podem ajudar a evitar grandes incêndios florestais. É sobre isso que escreve o professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Geraldo Alves Damasceno Júnior.

Por outro lado, a bióloga Angela Pellin e o geógrafo Fernando Rodovalho, ambos da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/IPÊ, mostram em seu artigo publicado esta semana como a formação de brigadas voluntárias e comunitárias pode ser um modelo eficiente para estas iniciativas de manejo que envolvem o uso do fogo de forma controlada em determinadas vegetações.

Também esta semana destacamos o artigo de Weber Tavares da Silva Júnior, pesquisador da Universidade Federal de Goiás, e sua equipe, que constataram a queda brusca de investimentos do governo no Programa Espacial Brasileiro, que recebeu em 2022 menos recursos do que em 2002, vinte anos antes. Um caminho de contramão num momento em que o mundo retoma o interesse pelo setor, com a entrada de grandes investimentos privados nos diferentes aspectos da exploração espacial.

Boa leitura!

Paulo Mussoi

Editor-executivo

Em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, crianças pantaneiras observam um incêndio florestal vizinho à fazenda em que vivem. Baixa umidade, altas temperaturas, seca duradoura e ventos fortes estão entre os múltiplos fatores que transformam o fogo em tragédia sem precedentes na região. Foto: Lalo de Almeida/ Folhapress

Pantanal em chamas: os vários fatores que convergem para uma temporada recorde de incêndios na região

Geraldo Alves Damasceno Junior, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Apesar de importante para manutenção da paisagem pantaneira, o fogo em meio ao ciclo de seca, altas temperaturas, fortes ventos e grande volume de biomassa acumulada coloca a região em risco.

Investimentos na Agência Espacial Brasileira retrocederam 20 anos

Weber Tavares da Silva Junior, Universidade Federal de Goiás (UFG) e equipe

Queda nos investimentos revela descompasso diante dos desafios e das potencialidades do país, quer pode ter na tecnologia espacial uma grande aliada de seu desenvolvimento e soberania

Filósofos africanos consideram que a palavra “África” é uma injúria racial, e que continente deveria ser renomeado

Jonathan O. Chimakonam, Department of Philosophy, University of Pretoria

O nome África foi dado ao continente pelos exploradores, escravizadores e colonizadores europeus. Ele ignora os povos indígenas e suas realizações.

Frustração psicodélica: os bastidores da tentativa fracassada de registro do MDMA como medicamento nos EUA

Fabricio Pamplona, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Desconfiança nos métodos dos estudos apresentados, indícios de relação da empresa responsável pelos estudos com uma espécie de ‘culto’ e até um escândalo envolvendo abuso de uma paciente estão por trás do veto da FDA

Projeto-piloto com brigadas comunitárias pode ser modelo para iniciativas de manejo integrado do fogo

Angela Pellin, Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/IPÊ; Fernando Rodovalho, Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade/IPÊ

Aprovação recente da Política Nacional do Manejo Integrado do Fogo torna o momento propício para se pensar em novos arranjos, que contem com a participação das comunidades locais.

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