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Olá,
A guerra de tarifas deflagrada pelo governo dos Estados Unidos afetou o mundo inteiro, e golpeou uma trajetória de globalização de mais meio século. Donald Trump transformou as tarifas alfandegárias em instrumento de pressão política e chantagem, mas as reações acontecem, são firmes e começam a desenhar uma nova ordem comercial e financeira internacional.
Sobre isso publicamos esta semana dois artigos. A doutoranda em Ciência Política pela UnB Isabela Rocha analisa as novas alternativas para a manutenção do multilateralismo financeiro internacional a partir de uma análise da recondução da brasileira Dilma Roussef à presidência do Banco do BRICS. E o professor de Relações Internacionais da Universidade La Rioja Armando Alvares Garcia Júnior escreve sobre a oportunidade que a rearrumação do tabuleiro geopolítico oferece para o Brasil tornar-se uma liderança na coalizão internacional por um comércio mais justo e com financiamento sustentável.
Muito antes de presidir o Banco do BRICS, Dilma Roussef foi uma ativista presa e torturada pela ditadura brasileira, em 1970. O assunto foi relembrado esta semana, em função do aguardado reconhecimento judicial do direito de Clarice Herzog - viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado por essa mesma ditadura em 1978 - a uma pensão indenizatória vitalícia do governo. Em seu artigo, o advogado, procurador da Unesp e diretor da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Geraldo Majela Pessoa Tardelli, descreve os detalhes jurídicos e pessoais dessa longa espera de 50 anos por justiça.
Também essa semana, publicamos mais um artigo da nossa parceria com a revista FCW Cultura Científica, da Fundação Conrado Wessel, sobre a epidemia de ansiedade que se espalha pelo mundo. E que afeta, principalmente, os mais jovens. Em seu texto, o vice-chefe do Laboratório de Psicopatologia e Terapêutica Psiquiátrica da Faculdade de Medicina da USP, Marcelo Queiroz Hoexter, traça um painel das mil faces desse mal, que já é tratado como questão de saúde pública.
Boa leitura!
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Daniel Stycer
Editor-chefe
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Clarice Herzog, viúva do jornalista assassinado pela ditadura em 1978, retratada em seu apartamento aos 83 anos de idade, em fevereiro de 2025: mesmo depois de 50 anos de espera, sua pensão vitalícia decorrente de indenização pelo crime cometido pelo Estado contra seu marido ainda carece de confirmação em segunda instância.
Geraldo Majela Pessoa Tardelli, Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Decisão que reconhece direito da viúva do jornalista assasinado em 1978 de receber pensão vitalícia foi influenciada pela repercussão do filme ‘Ainda estou aqui"
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Armando Alvares Garcia Júnior, UNIR - Universidad Internacional de La Rioja
Nos tempos de disputa e instabilidade que virão, a neutralidade passiva será confundida com irrelevância. Se quiser ser ouvido, Brasil terá que falar alto e com coerência
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Isabela Rocha, Universidade de Brasília (UnB)
Reeleita para a presidência do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB) até 2030, Dilma terá a chance de fortalecer estratégia de aumento da autonomia financeira dos países-membros do BRICS
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Gustavo V. Munhoz Garcia, Universidade de São Paulo (USP); Jhones Luiz de Oliveira, Universidade Estadual Paulista (Unesp); Leonardo Fernandes Fraceto, Universidade Estadual Paulista (Unesp); Valdemar Luiz Tornisielo, Universidade Estadual Paulista (Unesp); Vanessa Takeshita, Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Avanços em nanotecnologia podem proporcionar o uso mais eficiente de pesticidas e fertilizantes convencionais, que ainda são insumos utilizados em larga escala na agricultura brasileira
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André Luiz Coelho, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Bruno Marcondes Ferreira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Agentes da Abin teriam invadido e-mails e sistemas de autoridades de alto escalão em Assunção para obter informações confidenciais sobre as discussões do Anexo C. Itamaraty afirma que a operação foi “autorizada pelo governo anterior”.
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Ivana Stolze Lima, Fundação Casa de Rui Barbosa
Longe do que se imagina a partir da situação linguística contemporânea, o português custou muito a se impor como a língua de colonização no Brasil
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Marcelo Queiroz Hoexter, Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Sentimento natural e importante em todo ser humano, a ansiedade passa a ser patológica quando começa a causar sofrimento, afeta relações pessoais, dificulta o convívio social e compromete o desempenho profissional
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De olho na Cop 30
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Eric Bastos Gorgens, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
A possibilidade de contabilizar a biomassa florestal e associá-la a uma emissão, estoque ou sequestro de carbono cria um mercado de créditos a serem comercializados
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Ciência Animal
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Renata Roma, University of Saskatchewan
Por que o apego a bichos de estimação ocorre em certas pessoas e outras não? Resposta pode estar no gênero e em certos traços de personalidade
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Outros destaques
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Lívia Batista Lopes Escobar, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Apesar de ainda estar em fase experimental, a computação quântica está cada vez mais próxima de aplicações reais. Um dos desafios centrais para esse avanço está na busca por materiais magnéticos mais estáveis e eficientes
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Timothy Hearn, Anglia Ruskin University
As novas abordagens para recriar animais há muito perdidos estão simplesmente gerando imitações?
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Ari Caramanica, Vanderbilt University
As práticas antigas contêm lições importantes para os agricultores que enfrentam terras áridas, mas, em geral, elas eram mais complexas do que as sociedades modernas imaginam. A perda das geleiras aumenta o desafio atual.
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Magnus Linden, Lund University; George R. Wilkes, King's College London
Os bons combatentes da resistência não têm medo de correr riscos e atendem a compromissos morais pessoais e sentimentos de empatia e compaixão pelo próximo
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Virginia Thomas, Middlebury
Os americanos estão passando mais tempo sozinhos. Ao contrário dos temores sobre uma “epidemia de solidão”, muitos deles consideram a solidão essencial para seu bem-estar.
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Dipa Kamdar, Kingston University
A urofagia, também conhecida como terapia da urina, é a prática de beber urina. Veja por que a tendência de saúde da mídia social é promovida por influenciadores, mas não por médicos.
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