Olá,

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), divulgados no mês passado, continuam sendo motivo de grande preocupação. Eles mostram que 54% dos estudantes brasileiros de 15 anos foram avaliados como tendo uma baixa capacidade de pensamento criativo. Em matemática, 73% dos alunos tiveram desempenho insatisfatório. Embora seja um problema multifatorial, é notório o baixo investimento do País em educação pública. Um relatório publicado recentemente pelo Inep mostra que o Brasil investe no setor apenas metade dos 10% do PIB, conforme determina a Constituição. E, mais grave ainda, conforme explica Marcelo Yamashita, professor do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp, esse percentual é enganoso e superestimado, pois nele estão incluídos valores despendidos, entre outros, com “transferências ao setor privado” e “complemento da aposentadoria futura do pessoal que está na ativa”.

Em outro artigo publicado esta semana, o professor Renato Carreira, do Departamento de Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), discorre sobre o aumento da poluição química dos oceanos nas últimas décadas. A despeito de todo regramento mundial existente, o nível de contaminação e a ameaça que os compostos orgânicos sintéticos exercem sobre a saúde humana e ambiental não para de crescer. Esta realidade levou a ONU a propor a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), de forma a priorizar ações para entender e resolver o problema. Há um movimento mundial para eliminar a poluição física e química causada pelos resíduos plásticos, que convergiu para a elaboração de um Tratado Global Contra a Poluição Plástica. Neste sentido, no Brasil destaca-se a Estratégia Nacional Oceano Sem Plástico, que tem como objetivo organizar ações estratégicas e sinérgicas envolvendo os entes federativos, a sociedade civil, o setor privado e a academia visando a prevenção e o combate da poluição por plásticos nos ambientes aquáticos.

Boa leitura!

Daniel Stycer

Editor-chefe

Pequena estudante desenha durante aula de artes em escola pública no Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro: Investimento adequado pode não ser o único fator para melhorar a educação pública, mas aporte de menos de 4% do PIB dificulta muito o caminho. AP Photo/Silvia Izquierdo

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Investimento adequado pode não ser o único fator para melhorar a educação pública, mas aporte de menos de 4% do PIB dificulta muito o caminho

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