Olá,
Certas palavras incomodam só de serem lidas. “Alzheimer” é uma delas. O sobrenome do médico alemão Alois Alzheimer, que em 1906 identificou pela primeira vez a patologia cerebral que apaga memórias, hoje amedronta todos nós. E talvez duplamente: pelo medo de adquirirmos a doença nós mesmos e pelo desafio, ainda maior, de termos que aceitar, amar e cuidar de uma pessoa próxima vivendo essa delicada situação.
A cada ano que passa, a doença de Alzheimer é um fantasma mais real na vida de milhões de famílias no mundo e no Brasil. E as causas estão claramente relacionadas ao estilo de vida ocidental contemporâneo: alimentação, stress, álcool, cigarro, sedentarismo, solidão. Não por acaso, já lá se vão 29 anos que o dia 21 de setembro foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer.
Por isso, nossa newsletter dessa semana destaca três estudos sobre a doença. Um deles feito no Brasil, e descrito no artigo do neurologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Paulo Caramelli, revela uma constatação preocupante e uma conclusão otimista: a doença de Alzheimer cresce a olhos vistos, principalmente em países mais desiguais como o nosso. Mas em muitos casos a prevenção é simples, barata, e está nas nossas mãos.
Também nessa semana de intenso calor em todas as regiões do Brasil, trazemos o alerta dos pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP Jonathan Vicente e Otavio Ranzani para o perigo cada vez maior que essas ondas de calor representam para a saúde física e mental de todos nós. Em tempos de mudança climática, são estudos embasados que valem ouro.
Boa leitura!
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Paulo Caramelli, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
21 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. O controle dos fatores de risco tem o potencial de reduzir em até 48% a chance de se desenvolver a doença.
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Mais sobre Alzheimer
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Steven DeKosky, University of Florida
Apesar de décadas de avanços e recuos, novos tratamentos e descobertas genéticas fundamentais estão a dando esperança de abrandar ou, eventualmente, prevenir a doença de Alzheimer.
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Stefanie Tremblay, Concordia University
Embora não haja garantia de evitar o declínio cognitivo, incentivar as pessoas a serem física, mental e socialmente ativas pode reduzir o número de casos de demência.
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42 graus em pleno inverno. O Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo sofrem com as ondas de calor que evidenciam o aquecimento global e põem em risco a nossa saúde, em diferentes aspectos.
(AP Photo/Bruna Prado)
Jonathan Vicente, Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); Otavio Ranzani, Faculdade de Medicina da USP (FMUSP)
Com temperaturas superando os 40 graus em pleno inverno, o Brasil está entre os países que mais sofrem com as ondas de calor que assolam o planeta este ano, e que podem comprometer a saúde de todos.
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