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Olá,
Como em tantos setores da sociedade, as mulheres ainda são sub-representadas na academia e na ciência. No mundo, segundo a Unesco, elas são apenas 30%. No Brasil, embora a situação seja um pouco melhor, elas continuam enfrentando barreiras estruturais e culturais que dificultam o progresso de suas carreiras. A maternidade representa um desafio extra para elas e contribui para essa sub-representação feminina. Este é o tema do artigo em destaque desta semana, escrito pela doutora Fernanda Staniscuaski, bióloga molecular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com uma trajetória acadêmica marcada pela defesa da equidade de gênero na academia. Fernanda fundou em 2016 o Movimento Parent in Science, dedicado a apoiar mães acadêmicas. Em seu artigo, ela mostra como algumas políticas inclusivas melhoraram as condições de trabalho das cientistas mães nos últimos anos, mas ressalta que há muito a ser feito para a construção de um ambiente mais equitativo, diverso e sustentável, que em última análise irá fortalecer a ciência brasileira.
Em outro artigo, a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Laboratório de Doenças Neuromusculares e Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco, Universidade de São Paulo (USP), explica os resultados de seus estudos com centenários saudáveis e um grupo de super centenários – pessoas acima de 110 anos, em busca de genes que determinam a sua longevidade excepcional. Segundo Zatz, um dos focos do
estudo é entender os chamados “genes protetores”, que se tornam mais influentes à medida que as pessoas envelhecem.
A enorme riqueza e diversidade linguística dos povos indígenas brasileiros é o tema do texto de Cristina Martins Fargetti, Professora do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas, Universidade Estadual Paulista (Unesp). Segundo Fargetti, existem hoje no Brasil cerca de 180 línguas indígenas sendo faladas. E esse número já foi muito maior: estima-se que o país já abrigou mais de mil
línguas indígenas. Muitas dessas morreram por causa da extinção dos povos e da falta de políticas que as valorizassem e as fortalecessem. Apesar do enorme desconhecimento e dos preconceitos ainda existentes, hoje temos alguns motivos para acreditar em dias melhores para os povos indígenas, inclusive com relação a políticas linguísticas.
Boa leitura!
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Daniel Stycer
Editor-chefe
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A bióloga e professora da UFRGS Fernanda Staniscuaski - autora deste artigo - e seus dois filhos: políticas inclusivas voltadas para mães na academia não só melhoram as condições de trabalho destas cientistas, mas também contribuem para a construção de um ambiente científico mais equitativo, diverso e sustentável.
Foto de Flávio Fontana Dutra
Fernanda Staniscuaski, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
A maternidade não é obstáculo à excelência acadêmica, mas sim uma questão de estruturas institucionais e culturais inadequadas que precisam ser reformadas. Iniciativas recentes têm demonstrado como políticas inclusivas podem revolucionar este cenário
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Cristina Martins Fargetti, Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Brasil já teve mais de mil línguas indígenas sendo faladas. A maioria morreu por causa da extinção dos povos e da falta de políticas que as valorizassem e as fortalecessem. Hoje são cerca de 180
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Mayana Zatz, Universidade de São Paulo (USP)
Estudo de laboratório de genética da USP mostra que “genes protetores”, que atuam contra os efeitos nocivos do envelhecimento, podem tornar-se mais influentes em algumas pessoas, à medida que as pessoas envelhecem
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Robert Muggah, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Nas últimas duas décadas, pelo menos 8 milhões de brasileiros migraram devido a tempestades, inundações, incêndios florestais, secas ou aumento do nível do mar
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Alvaro Bianchi e André Kaysel, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
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