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Olá,
Enquanto sofre com a seca, os incêndios florestais e a redução da qualidade do ar, o Brasil convive com um grande dilema que pode colocar a perder a pretensão do governo de posicionar-se como líder global no enfrentamento da crise climática: o projeto de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que a Petrobras, apoiada por diferentes setores do governo, insiste em tentar aprovar junto ao Ibama. Bernardo Jurema, doutor em Ciência Política pela Universidade Livre de Berlim e pesquisador do Research Institute for Sustainability – Helmholtz Centre Potsdam, expõe o que o país - e o mundo - têm a ganhar e a perder com a possível expansão da fronteira petrolífera.
Mas é evidente que o dilema com relação ao futuro do clima não deve ser uma preocupação apenas das esferas governamentais. Dois artigos publicados esse semana evidenciam diferentes aspectos da grande dimensão social que o enfrentamento da emergência climática representa. Num deles, a professora do departamento de Jornalismo do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Ouro Preto Agnes Francine de Carvalho Mariano aborda as mudanças climáticas como efeito direto do Antropoceno, e defende que apenas com mudanças de comportamento individual na relação com a natureza é que a humanidade pode começar a pensar em enfrentar a crise.
Temos a enorme satisfação de publicar um artigo das pesquisadoras Sabine Righetti, Ana Paula Morales e Natália Flores, fundadoras da Agência Bori. Elas escrevem sobre a importância da divulgação científica como ferramenta rotineira tanto de cientistas quanto de suas instituições para que o conhecimento científico possa ser melhor absorvido e utilizado pela sociedade, não só contra as mudanças climáticas mas também no
cenário de desinformação que acomete todos os setores.
E nesta semana rica em artigos sobre o papel do conhecimento como ferramenta de transformação, Sérgio Teixeira Ferreira, professor dos Institutos de Biofísica e Bioquímica Médica da UFRJ, diretor científico da Ciência Pioneira, escreve a respeito da filantropia como combustível para as pesquisas mais disruptivas e revolucionárias da pesquisa científica.
Boa leitura!
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Daniel Stycer
Editor-chefe
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Manifestante carrega cartaz que alerta para a contradição entre o projeto da Petrobras de perfurar poços na Amazônia e a COP30, marcada para acontecer em Belém, no ano que vem: situação pode colocar em cheque a ambiciosa agenda ambiental do governo Lula.
AP Photo/Eraldo Peres
Bernardo Jurema, Research Institute for Sustainability – Helmholtz Centre Potsdam
O governo Lula terá que escolher entre garantir a sustentabilidade ambiental, firmando-se como liderança global no tema, ou render-se aos apelos econômicos e desenvolvimentistas de extração de petróleo na região amazônica
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Sabine Righetti, Agência Bori ; Ana Paula Morales, Agência Bori ; Natália Flores, Agência Bori
Fundamental para o combate ao negacionismo desde a pandemia, divulgação científica brasileira ainda é pouco efetiva nas universidades públicas, que concentram 90% da produção de artigos científicos no país
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Agnes Francine de Carvalho Mariano, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Na era do colapso ambiental, pensadores contemporâneos reforçam a necessidade de a humanidade finalmente entender que nossa vida é compartilhada com os outros seres da Terra
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Sérgio Teixeira Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Projetos pioneiros e disruptivos, fundamentais para o desenvolvimento de novas formas de pensar e aplicar ciência, requerem políticas específicas de financiamento que têm na filantropia sua principal mola propulsora
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Pablo Nunes, Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC); Raquel Sousa, UERJ
Tecnologia será obrigatória em todos os grandes estádios em 2025. Mas estudos concluem que tais sistemas podem gerar discriminação e impactar grupos sociais específicos, de acordo com classe, cor e gênero
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De Olho na COP 30
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Pep Canadell, CSIRO, e equipe
As atividades humanas são responsáveis por dois terços de toda a liberação de metano para a atmosfera, e esforços internacionais para estancar o fluxo ainda não estão dando resultado
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Timothy Neal, UNSW Sydney
Precisamos tornar as áreas protegidas mais eficazes, para conservar o que resta das plantas e dos animais da Terra
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Outros destaques
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Leandro R. Tessler, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Na luta contra a desinformação que se espalha pelas redes sociais, é fundamental incentivar mais pessoas a entenderem o mundo através do olhar científico. E só cientistas e pesquisadores têm esse poder
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Amin Saikal, Australian National University
Os dois lados vêm intensificando seus ataques há meses, sem cruzar a linha de uma guerra em grande escala. Esse ataque, no entanto, provavelmente levará a uma escalada maior.
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Claudia Poch, Universidad Nebrija; Jorge González Alonso, Universidad Nebrija
Podemos ensinar as estratégias de estudo mais eficazes para cada tipo de conteúdo e avaliação e ajudar os alunos a aplicá-las com flexibilidade.
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Mikel Delgado, Purdue University; Judith Stella, Purdue University
Cerca de 80% dos cães e 40% dos gatos vão buscar, segundo um novo estudo. A domesticação transformou os métodos de caça desses carnívoros em um jogo.
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Salvador Soler Aleixandre, Universitat Politècnica de València; Jaime Prohens Tomas, Universitat Politècnica de València; María del Rosario Figás Moreno, Universitat Politècnica de València
As variedades híbridas F1 são mais produtivas, mas não se comparam aos tomates tradicionais que ainda são cultivados na Espanha. Não apenas no sabor, mas também nas propriedades nutricionais
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