Olá,

Os Jogos Olímpicos estão terminando, e como sempre, a ciência esteve por trás das lutas pelas medalhas. Particularmente em Paris, ajudando também a esclarecer debates que ultrapassam a seara esportiva. Porém, da qualidade da água do Sena à falta de ondas no Taiti, nada superou a polêmica envolvendo o gênero da boxeadora argelina Imane Khelif, que nesta sexta-feira ganhou a medalha de ouro na categoria dos meio-médios, numa trajetória épica e, literalmente, contra tudo e contra todos, por conta de dúvidas equivocadas levantadas a respeito do seu gênero.

No artigo publicado hoje no The Conversation Brasil, o professor de Educação Física e mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Eric Seger destrincha em detalhes as razões dessa confusão, expondo os preconceitos dali surgidos e reforçando a importância cada vez maior de se conhecer a fundo as questões de gênero no universo das competições esportivas de alto nível.

Esta semana também trouxemos duas análises importantes produzidas por pesquisadores brasileiros: Carolina Silva Pedroso, da UNIFESP, escreve sobre a relevância do papel diplomático do Brasil como mediador dos recentes acontecimentos na Venezuela, que ainda não se esclareceram. E Rodrigo Carreiro, Diretor de Pesquisa do Aláfia Lab, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), detalha e analisa as estratégias de atuação do crime de racismo online que se espalham pelas redes sociais.

Boa leitura!

Paulo Mussoi

Editor-executivo

A lutadora argelina Imane Khelif - que ganhou hoje a medalha de ouro no peso-médio feminino - foi a protagonista de uma polêmica cercada por equívocos científicos e interpretações subjetivas à respeito do seu gênero e sua adequação esportiva na competição, mas ela foi respaldada pela organização dos Jogos e sua situação jogou luz sobre o tema, que este artigo aprofunda em detalhes. AP Photo/Ariana Cubillos

Campeã olímpica em Paris, boxeadora argelina é pivô de polêmica que reflete questão universal: como proteger todos os gêneros no esporte?

Eric Seger, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Caso da boxeadora argelina Imane Khelif - medalha de ouro no peso-médio feminino - foi cercado por equívocos científicos e interpretações subjetivas, mas jogou luz sobre um tema que precisa ser abordado com muito cuidado

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